Hoje tivemos o centenário da república, tocou-se o hino pelo país fora, há espectáculos em Belém, um render da guarda solene com o presidente a assistir. É um dia do centenário cheio de sol, calmo, sem sobressaltos nem grandes triunfalismos.
Estamos descontentes com os nossos políticos mas ainda não ao ponto de fazer mais uma revolução. Atravessamos tempos de vacas magras para nós e muitos outros Europeus, o mundo das finanças e das bolsas levou um grande pontapé de dividas e hipotecas duvidosas nos EUA há algum tempo e isso semeou o medo dos empréstimos incobráveis pelo mundo fora. Pedir dinheiro emprestado é duro para pessoas e países e os défices e dividas públicas passaram a ser "monstros" a abater com cortes no orçamento e aumentos de impostos.
Há uma crise para pagar e vai ser "Zé Povinho" a tratar disso, aqui e no resto do mundo, não há volta a dar, é a maneira como o nosso capitalismo funciona. O dinheiro é poder e quem tem poder escapa aos problemas e à austeridade.
Por isso aqui estamos nós, mais bem alimentados e saudáveis, mais informados e educados do que há 100 anos, com uma nova pilha de questões para resolver. Como vamos estar nos 200 anos? Boa pergunta, a única maneira de saber é esperar para ver.
A história tem o hábito de seguir por caminhos que não esperamos. Há 100 anos o Reino Unido era uma grande potência, a vender produtos por todo o mundo, ocupado a manter uma marinha superior a todas as outras para guardar o seu comércio. Hoje está a lutar com medidas de austeridade como nós, com uma indústria fraquinha (em comparação com o que era antes) e uma marinha cada vez mais pequena.
Do outro lado do mundo a China modernizou-se, a maior parte da indústria migrou para lá e agora tem tanto ou mais importância do que os países Europeus reunidos. No inicio do século XX alguns escritores imaginavam o que aconteceria se a China "acordasse" e tentasse dominar o mundo, afinal acordou, e conquistou com legiões de patinhos de borracha baratos.
Bom centenário, em 2110 veremos onde este mundo foi parar.
Sem comentários:
Enviar um comentário