terça-feira, 24 de agosto de 2010

Construcções

Andava eu em viagem por Riga, quando no meio de uma paragem para caçar lembranças reparei nisto:


Ok, o exemplo parecia todo bonitinho e certinho na prateleira da loja, e dei comigo a levar um para casa, um capricho, uma recordação diferente.

Alguns dias depois do meu regresso, vamos a isto, "basta" encaixar os pedaços de madeira uns nos outros, certo? Bem, certo, mas com uma boa dose de paciência, primeiro olhar para as instruções, aqui estão as silhuetas das peças, numerámos os furos e entalhes, junta as partes com o mesmo número começando pelos mais pequenos, infelizmente não há espaço na folha para dar uma ideia da sequência mas não te preocupes com tempo chegas lá (e estes são o 11, onde anda o raio do 12... espera afinal havia um 11a, bolotas), boa sorte.

Paciência, paciência e cuidado, não vamos partir nenhum destes pedaços de madeira, pois não? Por isso toca a encaixar com muita atenção e jeito, a tentar convencer a madeira a portar-se bem apesar de ser aquele milímetro mais apertada ou relaxada o suficiente para tornar o encaixe "interessante".

E assim chega a altura das velas e do cordame, quando olhamos para a foto monocromática, o diagrama simplista e decidimos fazer as coisas à nossa maneira, não pode ficar assim tão mau, e vai ficar aqui ao pé de nós, se o resultado nos satisfaz então está bom, óptimo, pronto.

E finalmente temos a nossa recordação montada, com aquela sensação de que algures há um rapazola com ar de espertalhão que fazia isto em metade do tempo e aqueles fios não eram bem assim no original, mas está acabado e tem um lugar ao pé de nós e isso é que importa.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O mostrengo culinário

Aqui estou eu na última semana de umas férias relaxantes e pacificas, a pensar no que escrever a seguir quando dou de caras com o mostrengo, a criatura, o bicho, o... ... hambúrguer virado do avesso!


Original, parece uma daquelas invenções não exactamente práticas mas que nos dão uns momentos de riso bem vindos, como a catapulta de secretária.

Pelo menos parece comestível, ao contrário do seu "primo", o "hambúrguer" de galinha frita com queijo (ok) em donut (????), autêntico horror dos abismos culinários.


Obrigado http://www.thisiswhyyourefat.com, arquivo das loucuras gigantescas de carne, colossos doces capazes de dar diabetes à segunda dentada e outras perversões contra-natura de bacon com chocolate por me teres dado assunto para hoje.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

De volta das terras do norte

Uma viagem, uma semana diferente nas terras do norte onde o sol nasce cedo e se demora a pôr, onde os dias de verão podem trazer uma competição entre o sol e um vento fresco.

Passei por Estocolmo no fundo de um labirinto de ilhas, com quase tanta água quanto terra firme. Onde as pessoas partem a navegar e a caminhar em busca de frutos silvestres todos os Verões e não se importam de fazer um belo piquenique no cemitério. Onde podemos visitar um navio construído no século 17, preservado na lama do fundo do porto de Estocolmo desde a sua (curta) viagem inaugural por causa de um projecto forte nas esculturas mas fraco na estabilidade.

Helsinquia, queimada e reconstruída, queimada e reconstruída até os prédios em pedra e tijolo substituírem os de madeira que não se davam bem com as lareiras e outros fogos domésticos. Onde os habitantes mal apanham o verão correm para os banhos de sol em massa (e com os Invernos que eles têm também fazia o mesmo) e podemos tocar um monumento a Sibelius como um instrumento.

S. Petersburgo de edifícios imponentes construída no meio do nada pela mania de um Czar que deixou palácios cheios decorações impressionantes e duas descendentes, "Ana do sangue" com quase 2 metros de altura e uma habilidade para matar adversários políticos e "Isabel a alegre", tão alegre que entre festas e vestido esgotou os cofres do tesouro.

Voltei a ver Riga da arquitectura elaborada, dos mercadores do báltico e do gato preto sempre no alto da sua torre. Agora a comemorar os 500 anos da sua primeira árvore de natal. Parabéns Riga.

Gdansk, mesmo a tempo de apanhar Gdansk animada para uma feira, ligeiramente caótica e cheia de vida, onde um relógio astronómico mais do que centenário e sobre-complicado marca pacientemente o tempo numa catedral construída com os tijolos que serviram de lastro a navios que passavam por ali.

Visby, na ilha de Gotland, verde e pacata, onde há mais carneiros do que pessoas e as casas nunca passam dos 3 andares, com uma gruta no meio da natureza.

E afinal houve bolo e velas, às vezes as surpresas também podem ser boas.

E no fim de tudo ficaram algumas fotos aqui.