domingo, 30 de maio de 2010

Afinal não é tempo de mudanças

Há algum tempo escrevi que era um tempo de mudanças, que ia aproveitar uma oportunidade, tretas, afinal estou de volta ao mesmo lugar onde comecei.

Tinha as minhas dúvidas mas acabei por as afastar o suficiente para sonhar um pouco, foi estúpido da minha parte, já devia poder ver quando é que as coisas parecem boas demais para ser verdade e não criar expectativas demasiado grandes.

Talvez outros melhores do que eu possam ter oportunidades fantásticas e grandes sonhos, mas sou demasiado comum para isso, não sou exactamente bonito, nem divertido, nem rico o suficiente para ser "especial", sou mais um entre milhões, vou vivendo a minha vida o melhor que posso e quando chegar a altura acabo, desapareço, sem deixar marcas, sem ninguém saber.

Eu e muitos como eu, somos dispensáveis e descartáveis, um é tão bom como o outro, por isso o que importa quando o terceiro a contar da esquerda ou o quinto a contar da direita desaparece?

Tenho de habituar a isto, talvez não abandonar definitivamente os sonhos, mas pelo menos abandonar as partes pouco realistas, o que vai deixar muito pouco...

sábado, 29 de maio de 2010

O fim do centauro

Ok, estamos num subterrâneo a não sei quantos metros de profundidade e temos uma espécie de sapo gigante à nossa frente, felizmente temos também um jeito danado para o tiro com arco por isso toca a encher o batráquio de flechas...

E ele afinal nem é assim tão duro quanto parece, quando fica ferido faz "puf" e usa uma espécie de teletransporte para se afastar do inimigo mas isso não o vai salvar de alguém que consegue pôr uma flecha entre os olhos de um mosquito (ok, estou a exagerar um pouco, entre os olhos de uma lagartixa talvez).

E era uma vez um sapo, fantástico, somos os maiores, em frente! Mas espera, temos um parente nosso pela frente agora? Não importa temos boa pontaria e uma armadura melhor, vamos vencer, certo?

Ou talvez não, dois tiros dele e ficamos a olhar de boca aberta para os estragos que ele faz, toca a fugir!
E parece que conseguimos, estamos livres, quando voltarmos mais fortes, ele vai ver...

Ou não, ele é persistente e veloz, uma flecha bem apontada, e é o adeus ao nosso centauro, morto por um parente desnaturado.

Mas vou-me vingar, esta bicharada vai tremer diante de mim, um dia acerto na combinação certa de espécie e profissão e limpo estes subterrâneos como os "glutões" daqueles anúncios antigos de detergentes.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Aventuras e atribulações de um centauro

Mais uma tentativa no Dungeon Crawl, mais uma personagem que provavelmente vai ter um fim violento e surpreendente, este jogo está recheado de perigos originais, criaturas que atacam em matilha, bichos venenosos, comida estragada (um jogo onde se pode morrer de intoxicação alimentar por comer carne podre, educativo), equipamento amaldiçoado...

Bom, mas ver até onde podemos ir é bastante divertido, por isso aqui vou eu, desta vez com um centauro arqueiro.

Até agora tudo bem, atacar de uma distância segura e correr mais rápido do que a bicharada é uma boa combinação.

Encontro o fantasma de uma das minhas tentativas anteriores, mas correr por todo lado enquanto disparo em vez de ficar e lutar corajosamente acaba por resolver o problema.

Sacerdotes e mágicos, são mais complicados porque podem atacar à distância como eu, mas também acabam com uma flecha entre os olhos.

E agora isto?!?

Um sapo? Tem um nome, perigo, perigo, quer dizer que é especial, mas por outro lado o que é que um sapo pode fazer?

Com este jogo suspeito que a resposta é "muitas coisas"...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Robot Jox

Um belo dia reparei que uma loja on-line tinha uma campanha onde não cobrava portes de envio, passando lá vejo na secção de DVDs algumas "aves raras", "War in space", "Inframan" e "Robot Jox" que se juntam à minha pilha de DVDs "para ver".

E esta semana foi a vez de "Robot Jox" passar pelo leitor, um filme sobre os sentimentos de um duelista profissional dividido entre o desejo de deixar para trás a sua profissão e o receio de que depois de sair outros (e especialmente uma "outra") morram no seu lugar.

De um lado um trágico o cansaço, o nojo da violência da sua profissão, a possibilidade de simplesmente ir para casa e ignorar o maníaco sádico pseudo-soviético que o insiste em desafiar, do outro a sensação que se não combater nunca haverá um fim, outros serão simplesmente enviados no seu lugar e irão sofrer o destino que lhe estaria reservado.

Um grande dilema para o nosso herói, atormentado pela memória de um trágico acidente envolvendo uma bancada de espectadores (mas não foi culpa dele, e de qualquer forma ir ver um duelo entre robots gigantes de uma bancada à beira da arena parece-me tão seguro quanto cortar queijo com uma moto-serra com a cozinha às escuras).

Questões filosóficas e robots gigantes no mesmo filme, uma combinação surpreendentemente boa e quem sabe até seria uma ideia para o nosso Manoel de Oliveira sair da rotina um dia destes, hmmmm?

domingo, 16 de maio de 2010

Tempo de Mudanças

Na Terça tive uma bela surpresa, como todas as verdadeiras surpresas aterra no nosso colo inesperada e muda a nossa vida.

E agora? Boa pergunta, uma coisa já decidi, vou explorar esta oportunidade e ver onde ela pode me levar. Não posso dizer ainda qual vai ser o resultado, mas isso é normal, é assim que a mudança funciona na vida real.

Não fica tudo decidido e bonitinho no momento, as coisas vão-se transformando, a mudança provoca mudanças que provocam mudanças...

É como descobrir um país desconhecido, há dificuldades à nossa espera e talvez até perigos , mas as recompensas, o que vemos, o que sentimos, são demasiado boas para desistir sem tentar.

sábado, 8 de maio de 2010

Witches Abroad

Mais um livro, fruto de uma exploração dos cantos das prateleiras da Fnac, nas profundezas do espaço sideral nada uma tartaruga gigantesca, velha como o universo, às costas traz quatro elefantes e um mundo bizarro em forma de disco.

Um mundo onde um deus pode ganhar forma e passear um pouco desde que as pessoas acreditem nele, onde a morte faz o melhor num emprego difícil (ele bem tenta ser razoável, simpático e educado mas quase toda a gente fica triste ou horrorizada por o ver...), e onde alguém está disposto a transformar uma cidade num conto de fadas bonito, onde tudo é perfeito, organizado e desinfectado.

Infelizmente a vida não se encaixa bem numa história de encantar, é demasiado desorganizada e caótica para isto. As pessoas não vão sorrir todo o dia todo, têm o hábito aborrecido de se apaixonarem por outras pessoas imperfeitas em vez de príncipes encantados, os lobos preferem andar fora da vista dos humanos em vez de devorar avozinhas.

Por isso a "solução" é fazer uso do terror e da magia, é a felicidade imposta mesmo que para isso aqueles que deviam ser beneficiados sofram, tudo para que o mundo seja bonito e ordenado.

Para parar isto temos naturalmente o herói, ou neste caso heroínas, 3 bruxas (e um gato) vindas de um pequeno reino entalado entre montanhas (dai o titulo), que preferem usar a psicologia aos poderes mágicos, sugerir e manobrar em vez de forçar e mudar.

E é esta a ideia principal do livro (para além das reacções mais ou menos cómicas de 3 habitantes de um reino rústico ao mundo fora dele), tentar obrigar o mundo a ser perfeito e bonito ou viver com ele imperfeito mas verdadeiro? Forçar e obrigar as coisas a acontecerem ou manobrar e criar o ambiente para elas surgirem por si próprias?

E tudo com as personagens e situações improváveis que o Terry Pratchett costuma inventar, como o gato, "gatinho fofinho" para a dona, um terror com o hábito de matar, devorar e acasalar com tudo o que tem 4 pernas ou menos para o resto do mundo. Patriarca de 30 gerações de gatos à volta da sua casa com as marcas dos milhares de lutas em que se meteu, um olho cego, mas o outro verde brilhante e penetrante. Como as outras personagens cedo descobrem, as garras terrivelmente afiadas e a confiança para as usar em tudo o que se move sem importar o tamanho fazem uma combinação capaz de fazer ursos aterrorizados subir às árvores...