quinta-feira, 29 de abril de 2010

Tragédia Grega

Num belo dia tudo normal, noutro acordo e descubro montes de noticias sobre a queda do rating, pânico e desgraça, medo na bolsa, chuvas de sapos, cães e gatos a fornicarem nas ruas! Algumas pessoas dizem que é só uma questão das nossas contas estarem desiquilibradas, "basta" cortar as nossas despesas ou aumentar as receitas e tudo se resolve.

Mas uma passagem pela web destrói essa ilusão, o mundo da finança é complicado e assenta tanto em questões de confiança, reputação, rumores como em factos reais. É como uma manada de zebras, se um bicho predador qualquer ataca uma desatam todas a fugir em pânico.

E a nossa manada Europeia tem uma zebra mais fraca do que as outras, a Grécia, metida em sarilhos ainda maiores do que os nossos, um rating descrito como "lixo", se ela falir cai um país da "Zona Euro" e lá se vai a confiança na moeda e nas economias Europeias, incluindo (mas não apenas) a nossa, e se esse género de pânico começa não vai ficar só na Europa, lá vamos nós noutra grande crise financeira tão má quanto a última ou talvez ainda pior.

Bem, é melhor parar de especular, não posso fazer nada em relação a isto de qualquer maneira, se esta coisa acaba com o Euro não há poupanças que nos salvem nem lugar para onde fugir, o melhor mesmo é ir vivendo e aproveitando enquanto o grande lobo mau do colapso financeiro não vem.

terça-feira, 20 de abril de 2010

The Jennifer Morgue

Mais uma descoberta na Tema, um agente secreto Britânico que protege o mundo de ameaças extraterrestres e sobrenaturais pode não parecer uma ideia muito original para um livro, mas as aparências enganam...

Nas profundezas de uma agência secreta entre pilhas de papelada e mobiliário delapidado encontramos Bob Howard, agente secreto. O trabalho dele é salvar o mundo de indivíduos megalómanos, organizações sinistras, tiranos ferozes, enfim, todas aquelas coisas que um agente secreto costuma fazer nos filmes.

Mas com algumas complicações...

Primeiro, a existência de outras dimensões com habitantes muito mal comportados e a possibilidade de abrir portas para lá com a matemática e a geometria certas, no mundo do Bob o oculto funciona (bem demais) e pode ser incluído nas apresentações de Powerpoint.

Segundo, o Powerpoint, a burocracia, os orçamentos apertados, ter de de ser informático quando não está a salvar o mundo, ser agente secreto é um trabalho a tempo inteiro, não uma desculpa para viver à grande.

Terceiro, o nosso herói é uma pessoa terrivelmente comum. Não é especialmente charmoso, nem forte, nem habituado à alta sociedade. Os agentes nos filmes estão habituados a carros de alta cilindrada blindados com assento ejectável, ele tem de se arranjar com um Smart ejectável (sim, o carro todo!).

E é isso o que torna o livro realmente bom, as aventuras de um funcionário público contra os terrores interdimensionais, ou como salvar a Terra com coragem e uma pen usb.

E não esquecer de fazer o relatório das despesas depois...

domingo, 11 de abril de 2010

Pequenas vitórias

Para além de escrever aqui tenho comentado noutro Blog, um belo dia passo por lá e vejo que a autora agradece os comentários que tem recebido dos seus "vizinhos". E sorrio, é uma vitória, alguém gostou do que escrevi e ficou um pouco feliz por isso.

Pode não parecer muito importante e na verdade por si só, isoladamente, não é, não vai mudar o mundo, não é nenhuma conquista importante, não vai ficar para a história. Mas, juntamente com outras boas noticias, com outros actos de gentileza, elogios, piadas, vai tornar o dia de uma pessoa mais alegre.

Tudo isto junto faz com que o mundo à nossa volta seja mais agradável, podemos ter os nossos problemas, fazer as nossas asneiras, ter momentos de má disposição, não ter tempo para todos, mas isso não nos deve impedir de saborear estas pequenas vitórias quando acontecem.

Quando nos dizem que somos uma boa pessoa, quando fomos gentis, quando fizemos o outro rir, quando a nossa conversa ajudou a tornar o fim de semana mais agradável, é bom sinal. O que nós fizemos não mudou completamente a vida de uma pessoa, mas somado a milhões de outras pequenas coisas semelhantes faz com que ela seja mais feliz.

sábado, 10 de abril de 2010

Ataque dos tomates assassinos

Depois de o ver há anos na televisão, volto a tropeçar num dos filmes mais estúpidos que já vi até hoje no youtube:



Pode ser incrivelmente estúpido, feito com um orçamento minúsculo, sem um pingo de realismo\inteligência\seriedade\importância mas é também incrivelmente divertido, alguns filmes fazem pensar, outros chorar, este fez-me rir e no fim de contas é isso o que importa.

Um pouco de alegria é sempre bem vinda, nem que venha de um filme sobre os terríveis tomates assassinos.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Cyanide and Happiness

Andava pela Fnac na hora do almoço quando abri um livro por curiosidade, alguns minutos muito divertidos a folhear, mais tarde uma busca rápida no Google, e assim descobri o sentido de humor peculiar e um pouco negro do "Cyanide and Happiness".

sábado, 3 de abril de 2010

Explorando as profundezas

Encontrei este jogo há algum tempo e tenho-me divertido bastante com ele.

Não tem gráficos impressionantes, nem músicas fabulosas, nem vozes de actores famosos o que tem para oferecer é liberdade, possibilidades.

Algures num canto esquecido de um complexo de ruínas subterrâneas está um artefacto a recuperar e trazer de volta à luz do sol. Mas, pelo caminho há bandos/manadas/alcateias/populações de criaturas muito carnívoras ou simplesmente mal dispostas.

Para me livrar delas posso, naturalmente, no espírito do bom cavaleiro andante, atacá-las brutalmente com uma panóplia de coisas afiadas ou contudentes desde o punhal ao tridente, passando pela espada, a cimitarra, a maça, o machado...

Ou se preferir trabalhar à distância aproveitar os arcos, bestas, fundas, dardos, zarabatanas com munições normais, venenosas, incendiárias, congelantes. Ou ainda recorrer a poderes mágicos como a flecha de fogo, a nuvem tóxica, o teletransporte, o jacto de areia (invulgar, mas deve doer), invocar criaturas e outros truques desagradáveis para a oposição ou úteis para nós.

Tudo isto a combinar com a escolha da nossa personagem e profissão, humano simples, minotauro paladino a dar cornadas em nome do seu deus, centauro caçador veloz mas com metabolismo acelerado que precisa de apanhar e esquartejar criaturas comestíveis, gnomo assassino que tem de tentar envenenar o inimigo e correr ligeiro enquanto o veneno faz efeito...

Mais artefactos, poções, pergaminhos para os que precisam de um pouco de magia sem talento para isso, enfim, possibilidades e possibilidades à espera que quem quiser explorar.

Perdoem-lhe que ele não sabe o que diz

Não costumo prestar muita atenção aos jornais para além da primeira página, mas hoje estou a folhear o Correio da Manhã e fico a ler um artigo de opinião sobre o caso dos submarinos, depois de falar de submarinos e corrupção e terminar com o BPP, o autor escreve "por lá, o dinheiro dos contribuintes é tratado com cuidado e com respeito", referindo-se aos Estados Unidos.

E eu fico um bocado espantado, isto seria alguma piada? Ou será que o autor não sabe dos problemas financeiros com os programas de defesa (entre outros) por lá? Os custos do "Littoral Combat Ship" e o "Joint Strike Fighter" duplicam e continuam a aumentar, e são noticia pela web inteira. Ou estaria ele a falar do dinheiro usado para salvar os bancos na crise financeira? Certamente que não, suponho eu, pelo que me lembro o pior que aconteceu à administração dos bancos e das seguradoras envolvidas foi sair sem receber alguns bónus (e até para isso o governo teve de lutar com unhas e dentes).

É certo que temos os nossos problemas a gerir fundos e dinheiros, mas isso não quer dizer que os outros sejam modelos de virtude só porque são estrangeiros. E ás vezes eles até podem ser piores do que nós, voltando aos EUA como exemplo, podem ser uma nação muito rica mas só agora com muito debate e custo estão a começar a montar um serviço de saúde para os que precisam.

Dizer que "lá fora é que é bom" cegamente é irritante quando vem de um fulano qualquer na rua, vindo de alguém que estará a ser convidado e pago para analisar um assunto e dar a sua opinião é preocupante, se este não percebe um boi daquilo que escreve como serão os outros que também escrevem para o jornal e que não li com atenção?