terça-feira, 26 de janeiro de 2010

The Gutenberg Revolution

Livro interessante achado nas estantes da Fnac numa tarde do ano passado, conta a história dos primeiros livros impressos, criados por Gutenberg, descendente de uma família com pedigree mas com as suas fontes de dinheiro a secar, transformado em empresário inventor na Alemanha nos tempos atribulados entre o fim da idade média e o principio do renascimento.

Conseguir produzir livros em série numa época onde eles ainda são leeeentamente copiados à mão parece ser um bom caminho para a riqueza, mas antes há bastantes problemas técnicos de tinta, papel e letras metálicas para resolver...

Pior do que isso, a parte financeira, dinheiro para pagar papel, assistentes, um lugar para trabalhar, dinheiro que vem de empréstimos e sócios, que podem ser muitas coisas, mas não são parvos, se os pagamentos não chegarem a horas vão aproveitar a oportunidade para partir para o tribunal e ficar com um bocado do negócio.

E tudo isto tem de ser resolvido na "Alemanha" do século XV, que não é uma nação unificada mas uma colecção de pequenos estados, principados e cidades independentes, governados por nobres, bispos e concelhos de mercadores com as suas rivalidades, manobras politicas e guerras. É um mundo onde os habitantes da cidade acordam um belo dia e descobrem que têm um exército de mercenários contratado pelo Papa à porta.

E pronto, é a história de uma revolução num mundo que já não é um modelo de estabilidade, uma descoberta que vai mudar tudo e fazer rios de dinheiro, uma descoberta de que toda gente quer o seu pedaço, a sua fatia do bolo, e que talvez, com muita sorte, consiga dar a Gutenberg um sustento e um lugar na história.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O pequeno spam corajoso

Tenho um visitante pouco comum no meu e-mail, spam puro e duro à moda antiga, a prometer uma bela pilha de dinheiro se eu alinhar no esquema de um completo desconhecido.

É uma criaturazinha engraçada, inspira tanta confiança como um lobo que se esqueçeu de vestir a pele de cordeiro, com a sua história boa de mais para ser verdade e a sua falta de pontuação, é difícil imaginar alguém a levar isto a sério por um minuto, há algo nele que grita "SPAM!" mal passamos o olhos pelo texto.

E no entanto alguém se deu ao trabalho de o disparar em direcção a alguns milhares de endereços por esse mundo fora, logo existirá alguém lá fora, algures, a engolir uma coisa destas de vez em quando.

Bem, de qualquer maneira aqui está ele na minha caixa de correio, atravessou o filtro de spam do gmail como um salmão a subir um rio naqueles comentários da natureza. Acho que vou guardá-lo como recordação, o único spam que conseguiu sobreviver aos filtros nestes últimos anos, não parece justo apagá-lo depois das suas aventuras...

sábado, 16 de janeiro de 2010

Admirável mundo novo

Vi as noticias do Haiti, o terramoto, a ajuda, fiz um donativo, e agora reparo numa coisa, fiz tudo online, não me preocupei em ligar a TV ou correr para ir comprar o jornal.

Bem vindos à era da internet, as pessoas usam as redes sociais para procurar os familiares, as noticias propagam-se a uma velocidade fantástica e as campanhas online recolhem milhões em donativos.

É reconfortante ver o mundo a funcionar e a fazer algo de positivo, é claro que continuamos a ter os nossos problemas e as nossas dores de cabeça, o Haiti ainda está num estado terrível e vai continuar a estar nos tempos mais próximos (há muita ajuda a caminho, certo, mas pelo que sei, só um aeroporto para a receber, estradas num estado lastimável e portos destruídos), mas se este mundo da web consegue informar e galvanizar milhões para ajudar em alguma coisa então acho que o nosso futuro até pode ser bastante risonho.

Ter milhões de pessoas informadas e capazes de influenciar o mundo à volta delas contribuindo cada uma com o seu bocadinho de tempo\dinheiro\esforço será muito bom para a nossa sociedade, um contrapeso que compensa a influência dos governos e das grandes empresas nas nossas vidas.

Quem sabe? Posso ter passado este tempo a escrever um belo monte de asneiras ou algo que me vai fazer sorrir quando voltar a ler isto daqui a alguns anos, vou ter de esperar para ver...

domingo, 10 de janeiro de 2010

Equilíbrio

Lendo o que já escrevi, fico com a impressão que isto está a ficar sério demais, sisudo.
Vou injectar uma dose de vídeo engraçado para haver algum equilíbrio. :)

Leituras, caminhadas

Fim de semana, depois da rotina do trabalho os hábitos do fim de semana, nada de especial planeado por isso toca a apanhar o comboio até Lisboa e a ver o que aterrou de novo nas prateleiras da Tema ou da Fnac, andar, mexer essas articulações um pouco.

Podia comprar os meus livros na Amazon sem sair de casa, mas não era a mesma coisa, é melhor pegar neles, folhear, descobrir uma surpresa nas prateleiras, e no caminho até lá aproveitar para ver o mundo à nossa volta sem pressas e horários por uns momentos.

Nunca se sabe o que pode estar à nossa espera no próxima esquina...

sábado, 9 de janeiro de 2010

Os contactos nunca são em vão

Esta semana estava enrolado na rotina do emprego quando de repente vindo do nada aterra um sms engraçado que ajuda a esquecer as preocupações e os problemas por uns momentos.
Já no fim de ano tive uma surpresa muito agradável com um presente de natal ligeiramente atrasaso.
Moral da história, conhecer pessoas nunca é em vão, nunca sabemos quando é que uma delas vai decidir tornar o nosso dia um pouco mais feliz.

domingo, 3 de janeiro de 2010

De volta ao trabalho

E foi o último dia de férias, amanhã estou de volta ao emprego a ajudar a construir os sistemas que fazem os bancos, as seguradoras, o estado funcionar.

Não me vai tornar rico nem famoso, a maior parte das pessoas nunca vai saber se fiz ou como fiz o meu trabalho. Há milhares de sistemas informáticos a trabalhar por detrás das cenas no nosso mundo, a registar o progresso da aprovação dos planos para o prédio novo que a câmara recebeu, a traduzir os ficheiros que vêm da SIBS em operações num formato que os computadores do banco podem entender, todos a funcionar longe da vista e do pensamento das pessoas fora do sitio que os usa.

Mas até é um trabalho interessante, apesar de às vezes ter a sensação de estar dentro de uma tira do Dilbert, mas isso é comum a todas as empresas, suponho...

sábado, 2 de janeiro de 2010

Blasfémias Irlandesas

Estava a ver as noticias, andando pelos sites do costume quando apanhei algo assustador.
A partir de 1 de Janeiro deste ano, na Irlanda a blasfémia passou a ser punida com 25000 euros de multa!

A lei aplica-se a qualquer material que ofenda qualquer religião, e isto torna-a realmente assustadora, por exemplo, eu não posso garantir que o que fiz e disse hoje não ofende uma das centenas (milhares? mais?) de religiões e seitas que existem pelo mundo fora.
E de certeza que um artigo de opinião a favor do casamento "gay" que se discute agora é uma grande ofensa para a igreja, felizmente não estamos na Irlanda senão seria um debate muito curto.

Mesmo que seja aplicada raramente não é inofensiva, fica ali, pacientemente à espera de ser usada em alguém que já se tinha esquecido que existia e que teve o azar de incomodar alguém mais ou menos poderoso. Podia por exemplo facilitar a vida a um primeiro-ministro incomodado com um critico mais insistente, que só tem de lembrar às pessoas certas, num simples almoço entre amigos, que fulano um dia publicou algo de certeza terá sido contra aquela lei e não será boa ideia agarrar esse terrível criminoso antes que fuja?

Bem, e pronto, só queria desabafar sobre algo que nunca sonhei ver acontecer dentro da nossa Europa, supostamente "democrática" e livre.