quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A verdadeira natureza das tradicões natalicias

Mais um natal à porta, todos os sinais estão no ar, o sistema de som do Colombo começou a debitar as músicas gravadas a metro, o "trânsito" dentro da Fnac vai ficando cada vez mais caótico, as ruas iluminam-se, os concertos e os espectáculos natalícios estão um pouco por todo o lado...

E por aqui está praticamente tudo no lugar, há a árvore de natal anã e o presépio improvisado a partir das decorações natalícias tiradas do fundo do armário, a meia dúzia de embrulhos para entregar depois num canto da sala, algo de comestível e especial no armário da cozinha, no fim de contas o natal tem este aspecto...



E vendo o que escrevi no ano passado por esta altura, não está muito diferente. Pensando um pouco mais, tudo isto está a seguir o ritmo dos outros anos.

Bem, há sempre algumas novidades, mais uma estrela, um toque diferente na árvore, um sabor diferente para o almoço com o resto dos Vicentes, mas há sensação de um ciclo, de algo que vem todos os anos no ar.

Acho que estou a ver tradições de natal a crescer.

Os puristas podem dizer que uma tradição verdadeira tem de ser algo sério e feito por um comboio de gerações, algo para se poder empinar o nariz e lamentar as "modas" ou a "comercialização", mas pensando nisso, creio que não.

No fundo, uma tradição natalícia é algo pessoal, é o que nós escolhemos fazer agora, pode ser celebrar como as noites vão passar de cada vez mais longas a cada vez mais curtas, pode ser a reunião dos parentes vindos dos confins do mundo, pode ser o ataque consumista, pode ser dizer que não se acredita no natal e simplesmente preguiçar na cama.

Ou tudo isso junto, ou só algumas coisas, ou nenhuma.

O natal é o que quisermos fazer, e pendurar a estrela de papel ou caminhar pela rua e cheirar o fresco límpido da noite antes de fugir para uma cama quente são tradições tão válidas e veneráveis quanto a missa do galo.

domingo, 30 de novembro de 2014

Não, não somos especialmente defeituosos

Passar os olhos pelas estantes da livraria é um pouco como uma lotaria, às vezes aprendemos algo de novo, a próxima capa pode ser um estudo dos planos de Napoleão para invadir o Reino Unido (nunca realizados, obviamente) e o seu efeito na opinião popular e na política da época.

Por outro lado, às vezes a próxima pode ser uma bela treta, como o livro que encontrei neste fim de semana, idiota e talvez até um pouco perigoso.

Promete mostrar "O Que é Que os Portugueses Têm na Cabeça?", e isso já deve começar por tocar alguns sinais de alarme na nossa, os países são criaturas complexas criaturas, dentro de um deles podem habitar várias culturas e gerações cheias de nuances e diferenças.

Colar uma "identidade" a um povo é tentador porque é simples, aponta-se os holofotes para os pontos que queremos realçar, varre-se os que não convêm para debaixo do tapete e tem-se um retrato estereotipado, bom para aquecer o ego e justificar escolhas.

Neste livro o estereotipo é o do Português mauzinho, inveja, corrupção, mania das grandezas, corrupção, falta de pontualidade, etc.

Bom, algumas destas coisas são evidentemente idiotas, como se mede a "inveja" de um país por exemplo? Posso procurar anedotas e ditados populares, talvez até fazer circular um questionário bonitinho, mas no fim tudo como diabos vou medir isto? Em Kiloinveja por capita? E como definir "inveja"? Qualquer pessoa pode descrever uma emoção, mas transformar isso em algo que se pode medir e comparar é no mínimo suspeito.

Mas essa tentativa de medir o vago e o emocional até pode ser útil, porque pode levar a pessoa a olhar para além do seu próprio país e descobrir algo que a vai esclarecer. Isto partindo do principio que não olha já de vez em quando, o que não é dificil, mas como esta porcaria foi escrita algumas pessoas devem não o fazer.

Olhando para fora descobrimos algo, há sempre alguém que se queixa em todos os países e queixam-se da mesma coisa, políticos corruptos, mania da grandezas, desperdício, etc. Há pouco tempo houve um escândalo de corrupção no Luxemburgo, muitos Britânicos não suportam o Cameron, os Americanos estão a ficar exasperados com a máquina política de Washington.

Tudo isto porque no fundo as pessoas são mais ou menos iguais em todo o lado, uma pessoa não é corrupta por causa do ar que respira ou do leite da mãe, mas porque tem tentações e oportunidade para isso. Um país pode dar mais ou menos oportunidade para isso, é verdade, mas isso depende de muitas coisas diferentes, as instituições e as culturas que funcionam bem chegam a esse ponto com história e circunstancias favoráveis.

Então, todos países têm estes problemas "Portugueses", mais controlados e vigiados em alguns, ou então compensados com riqueza e poder, mas eles estão lá.

Isto não devia ser uma surpresa para ninguém, as crises financeiras e os problemas do Euro deviam ter mostrado que não há países "mágicos", a Alemanha teve um "soluço" na economia há pouco tempo, o crescimento económico pela Europa em geral está doente.

E é por isso que a ideia deste livro para além de idiota é perigosa, é conveniente dizer que os nossos problemas são só de cá e que se arranjam com mais ou menos austeridade, o famoso "viver acima das possibilidades".

Não, os problemas que temos agora são uma criatura muito complicada que vai daqui até Berlim, naturalmente, visto que os pedaços da Europa e do mundo não vivem separados uns dos outros.O próprio Euro há de precisar da alguns arranjos ou pancadas para continuar a funcionar, é preciso admitir isso ou nunca nos livramos da crise.

E isso vale para todas as questões económicas, e é a razão pela qual a economia  de um país não funciona como o orçamento de uma dona de casa, outra ideia idiota e perigosa, mas isso pode ficar para escrever noutra altura.

E chega de escrever por agora, não o fazia tanto há tempos.

E tudo por causa daquele livro imbecil.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

A inevitabilidade e a importância dos gestos de loucura

A vida é uma coisa engraçada...

Bem, para dizer a verdade, boa parte dela não é, a maioria das pessoas vai acabar por ter um emprego de alguma espécie e passar muitos dias sem nada mais excitante do que pensar se vai estar a chover quando saírem dele.

É certo que isso faz a economia e etc, que somos suposto ser certinhos e ter uma vida normal, apoiar um clube de futebol, vestir conforme a moda, usar a casa dos segredos como tema de conversa, mas depois de algum tempo isso tudo simplesmente não é o suficiente.

Dizem que para fazer amigos e conquistar alguém especial temos de ser "nós próprios", bem, isso é fácil, o diabo é conseguir que o mundo aceite as partes do "nós próprios" que não se encaixam na imagem da pessoa "normal".

Talvez um dia arranjem maneira de clonar a população e então sim, vamos ter todos a nossa altura média, mastigar o nosso mcdonalds (o menu mais popular, obviamente) à mesma hora, sair do emprego para ver o mesmo programa de televisão idiota e ser um exército de "médios".

Mas até lá, sendo cada pessoa única e um pouco louca à sua maneira, vamos ter de fazer loucuras gloriosas de vez em quando, como estas!





http://www.visualnews.com/2014/10/08/doesnt-get-cooler-motorcycle-chariots/

Pensamento do dia, se algo for fisicamente possível, vai ser feito por alguém, algures, independentemente de se o mundo achar ridículo, inútil ou perigoso, ou as três coisas ao mesmo tempo.

E é um pouco por isso que o dinossauro vai dançar neste Sábado, provavelmente sem parceira, mas vai ser, nem que tenha de esticar o raio dos braços no ar e fingir que estou com a mulher invisível.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Dias cinzentos

Ok, não é exactamente um segredo e infiltrou-se um bocadinho no último post, por isso é melhor deitar cá para fora, os tempos felizes acabaram-se, estou outra vez sozinho e a entrar num outono  cinzento com um coração partido.

Talvez haja ainda alguma esperança, ou talvez não, se pudesse escolher voltava a tê-la, a qualquer custo.

Porque pode parecer piegas, mas a verdade é que a diferença entre estar sozinho e ter alguém é bem real, especialmente na forma de ver o mundo, passei por anos e solidão e por alguns momentos de felicidade, vi as duas coisas em primeira mão e por dentro.

A diferença não está em se perder uma coisa em particular, divertimento, conversa, ou mesmo sexo, tudo isso pode ser eventualmente conseguido ou até comprado se a falta apertar o suficiente, não, o que perdemos é o optimismo, a ideia de que o que fazemos faz parte de um futuro, de que estamos a construir algo.

Todas as coisas que aconteciam antes podem voltar a acontecer, mas agora funcionam sozinhas, é como a diferença entre uma orquestra e um monte de instrumentos soltos, até podem ser bonitos às vezes mas não chegam perto do que era a coisa verdadeira.

As coisas felizes vão-se tornando menos e os problemas piores, quando algo de bom acontece começamos a pensar se será realmente assim tão bom em vez de como nos ajuda, quando é algo de mau ganha mais força e pensamos mais em como pode trazer mais problemas em vez de como a próxima vez será melhor. Falta isso, a ideia de que o futuro vai trazer oportunidades e novos horizontes em vez de problemas. Quando olhamos para algo vemos porque pode ser mau em vez de porque pode ser bom.

E assim as coisas vão sendo cada vez um bocadinho mais cinzentas, os momentos de felicidade são mais curtos, as tristezas mais profundas, a nossa mente vai sendo um bocadinho mais cínica, até...

Até quando? Até todas as coisas boas trazerem um travo amargo logo a seguir? Até sentirmos todos os pormenores de todos os problemas de cada dia a pesar em cima de nós por mais pequenos que sejam?

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Deliciosas loucuras retro-electrónicas em glorioso vermelho

Os tempos escuros são cada vez mais escuros, vou me divertindo e entretendo mas tenho um pouco a sensação de estar numa festa em Pompeia com o Vesúvio a arrotar lá fora...

Bom, então vamos nos rir de uma coisinha curiosa enquanto o Vesúvio não acorda a sério.

Encontrei esta ideia de 1949 ontem e não consigo decidir se é ridículo, um design de génio, ou as duas coisas.




Suspeito que, mesmo com os componentes electrónicos primitivos da época, não era preciso fazer algo tão rebuscado para ouvir rádio na rua, nem de perto, nem de longe, a cor, a forma, aquela antena grande, tudo parece estar lá "porque sim", porque fazer isto parecia uma ideia louca demais para não a experimentar.

E no entanto, pode ser louco ou ridículo, podemos nos rir dele, mas digam lá se o nosso leitor de mp3 comum não parece simplesmente aborrecido e sem sal ao pé disto?

http://magictransistor.tumblr.com/post/98322187756/victor-hoeflich-man-from-mars-radio-hat

terça-feira, 16 de setembro de 2014

A Internet na idade do papel lascado

Bom, isto são tempos turbulentos, infelizmente de momento não há nada a fazer senão aguentar mais um pouco e esperar mais um pouco, não desistas, quem sabe, isto é capaz de acabar bem, e em jogo está o melhor que me podia acontecer na vida....


Entretanto vamos ver se passo o tempo com algo mais comum.

Como isto, por exemplo, neste filme podemos observar a "Internet" na idade da pedra lascada, ooops, do papel, não sejamos mauzinhos, todas as invenções são alta tecnologia no seu dia, mesmo que depois pareçam antigas como as pirâmides.



Mas em algumas coisas isto parece realmente uma era completamente diferente da nossa, um mundo à parte. Há dois ingredientes em especial que chamam a atenção, o papel e as pessoas.

O papel está em todo o lado, a mensagem pode viajar em impulsos elétricos e ser para ler apenas uma vez mas é escrita, re-escrita e no final entregue sempre em papel, não há monitor, tablet, ou outra visão eletrónica, tudo tem de ser um objecto, a electricidade atravessa um continente inteiro para se transformar uma folha em que se pega para ler e que tem forçosamente de fazer pelo menos a parte final do caminho na mão de uma pessoa em carne e osso.

Mesmo quando é mostrado um "novo método" revolucionário, é algo em que o cliente escreve a sua folha e a coloca no aparelho para ser lida, e sem dúvida, para ser convertida noutra folha no destino.

Um mundo em que tudo o que vemos produz obrigatoriamente um papel para o lixo, quando quiserem pensar em algo de bom sobre o progresso da Internet usem isto.

As pessoas estão em todo o lado também, não se pega no teclado para escrever o email, não, vai-se ao balcão, entrega-se a mensagem a uma pessoa que a vai passar a outra para ser re-escrita letra a letra, a partir daí pode passar por mais alguns dedos e teclados até que mais pessoas colocam as letras no papel e o levam até ao destino. Hoje temos sistemas onde as pessoas vigiam e controlam os computadores, aqui as pessoas eram os computadores, hora a hora, dia a dia, a a escrever todas aquelas palavras sem parar. Acham que o vosso computador é problemático? Imaginem quando "ele" tinha dor de dentes e falhava umas teclas pelo meio.

Mas uma coisa continua sempre igual, as pessoas comunicam de uma maneira ou de outra, e usam o sistema como se a coisa mais natural do mundo, chamem-lhe um instinto natural.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

As dinamicas da mediatização e da imprensa, exemplificadas por um armadilho

Já não escrevo aqui há algum tempo, mas por uma boa causa, por uma vez este tem sido um Verão de boas surpresas, aventuras com que nunca sonhei, e coisas bem em geral. Finalmente consegui não estar sozinho contra o mundo, não apenas com amigos, não a sofrer com uma relação que entra em crise de cada vez que espirro, não, desta vez tenho alguém e algo sólido, algo que funciona.

E hoje, num dia aborrecido, o mundo parece fazer uma pausa e suster a respiração, e eu tenho tempo para escrever...

Bom, esta noite vai ser sobre algo curioso, como esta criatura é uma ilustração incrivelmente exacta de como as noticias e a nossa imprensa funcionam.




Ultimamente começou a gritar "Meet! Meet! Meet!", dos jornais à televisão. Houve uma briga num centro comercial, confusão no concerto? Foi por causa do famigerado "meet", uma terrível conspiração chocada no Facebook. Há matilhas de jornalistas a saltar em cima de tudo o que leva a palavra.

Não importa que antes já houvesse encontros, eventos e reuniões (então, não esperam que acreditemos que só agora é que os "jovens" se começaram a juntar e a festejar?), ou que já houvesse brigas e rixas entre grupos, não, toda a gente tem de ter os olhos e os ouvidos cheios de "meet" até deitarem por fora e de entrar em estado de pânico.

Antes quando dois gatos-pingados se esmurravam ou esfaqueavam era simplesmente por virem de bairros "problemáticos" e pronto, hoje fazem exactamente a mesma coisa e são noticiados como se fossem o Osama Bin Laden reencarnado, a conspirar e a sussurrar nos cantos do Facebook.

E daqui as uns tempos, quando o assunto já parecer repetitivo, o murro e a facada voltam para uma  página perdida lá no meio do jornal e não se fala mais disto.

Como vêm, os media funcionam mesmo como no video.

Descobrem a coisa...

Saltam-lhe em cima e agarram-se como uns danados...

Rebolam com ela por todo o lado...

E adeus que já não nos interessa mais!

terça-feira, 22 de julho de 2014

Pipocas em câmara gloriosamente lenta

Pipocas, há bastantes razões para gostar delas (doces, é claro), saborosas, fáceis de fazer ou encontrar, são uma bela invenção, uma boa ideia para se comer.

Mas, como é que são feitas? O milho é cozinhado, seja tradicionalmente, no micro-ondas, ou num canhão Chinês (sim, é verdade, um canhão que aquece o milho e acumula pressão suficiente lá dentro para disparar um jacto de pipocas saborosas, não estou a brincar), muito bem, toda a gente sabe disso.

Mas como é que um grão amarelo e duro de milho se transforma numa pipoca branca pronta a comer?

Bem, graças a uma câmara de filmar apropriada e a pessoas com tempo e imaginação para a usar, podemos ver esses grãos a abrirem-se, virarem-se do avesso e a saltarem, todo o processo, momento a momento.

E é estranhamente belo...




sexta-feira, 11 de julho de 2014

A lógica da fama da bola é engraçada e irónica

Passear pela Fnac na hora do almoço leva a descobertas, desta vez foi a nova biografia do jet-set, a da mãe do Cristiano Ronaldo, ali nas prateleiras a olhar para nós mal entramos na secção dos livros.

Bom, isso não é surpresa, já tinha ouvido falar de que iam fazer algo como isto, folheando, continua a não ser surpresa, é claro que a senhora é pintada como fantástica, destemida, lutadora e tudo o mais, passou por muitas adversidades, etc, etc...

A surpresa vem quando percebemos a verdadeira "moral da história" do livro e porque vem, não do que está escrito nele mas do próprio facto de ele existir. Pensando um pouco chegamos a duas conclusões lógicas, primeiro, se ela não fosse familiar do Ronaldo podia ter passado por aquelas dificuldades ou piores ainda que nunca ia ter este momento de fama, segundo, sendo parente do Ronaldo não importa o que está ali escrito, podia ser um livro sobre como ela passou os últimos anos a tocar trombone de cabeça para baixo e tinha a mesma publicidade e exposição.

E essa é a "moral da história" que o livro nos ensina, as pessoas podem ser corajosas ou medrosas, boas ou más, persistentes ou desistentes, passar pelas piores dificuldades e tudo o mais, mas no fim, o que realmente lhes trás dinheiro e fama é ser jogador de futebol ou da família de um jogador de futebol. Lutar todos os dias? Certo, mas para ter a cara nas prateleiras da Fnac é preciso que essa luta tenha produzido uma estrela, um Ronaldo para a família.

No fim, o que decide as coisas é a bola.

Bem, eles que sejam famosos então.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Raios e coriscos em tempo real!

Ok, muito bem, estamos a viver uns tempos de raios e coriscos aqui no nosso canto do mundo. O nosso futebol está a por cabelos em pé, até eu prestei alguma atenção e vi um jogo (porque estava a dar na tv ao lado da minha mesa no escritório, mas pronto).

Bom, mas por mais espantosas que sejam, as borradas e as aventuras cansam (apesar de ser interessante ter a confirmação de que o Ronaldo é de carne e osso como sempre suspeitei), aqui está algo de bom, raios, mas raios a sério.

Este site segue os raios e relâmpagos pelo mundo fora para nos dar o mapa em tempo real, está constantemente a recolher os resultados de uma rede de sensores que detectam o momento em que eles acontecem e a direcção, com isso é só desenhar uma linha a partir de cada sensor e no cruzamento lá está ele!


http://www.blitzortung.org

E sim, cobre também a Europa, incluindo Portugal, mas neste momento o norte da Itália e a Suíça é que estão a dar.

S. Pedro, mais uma trovoadizinha para nós por favor? Para nos entretermos a ouvi-los e a calcular a distância? Agendada para o meio da noite, para que estejamos quase todos confortáveis em casa a escutar, se possível?

Obrigad!

terça-feira, 17 de junho de 2014

Três surpresas num dia, boas sem precisarem de ser necessariamente importantes

Bem, às vezes encontramos coisas que nos surpreendem verdadeiramente, hoje encontrei três, assim de uma vez.

A primeira foi passar pela Fnac na hora do almoço, espreitar os livros de auto-ajuda por curiosidade, andar mais um bocado e descobrir que as tiras do Calvin e Hobbes são o que realmente precisava para manter a moral. Não as folheava há tempos e agora acho que nunca devia ter parado.

A segunda foi ver o futebol com a Alemanha, ligaram uma tv mesmo ao lado, nunca liguei ao futebol e acho que vi um jogo inteiro pela primeira vez, mas desta vez eles conseguiram ter a minha atenção.

Como é que aquelas pessoas conseguem fracassar tão completamente? Mais uma coisa para levantar a auto-estima, posso falhar, mas nunca vou descer tanto quanto aqueles tipos. Vergonha para Portugal? A minha tartaruga de estimação diz que aquela equipa é uma vergonha para os animais vertebrados!

E a terceira é a melhor e vou mostrar já a seguir, não faço ideia do que isto é, mas é o tipo de coisa maravilhosamente inútil que gosto de ver às vezes!




 

sexta-feira, 13 de junho de 2014

O panda continua a navegar

Estes últimos tempos foram realmente algo de especial, uma daquelas mudanças que chegam vindas de lado nenhum e viram tudo ao contrário. Felizmente no bom sentido, esta.

Ainda não foi o suficiente para me impedir de acabar sozinho a ouvir a música dos santos populares pela janela (nunca fui muito fã deles, mas deixando de ser lobo solitário, quem sabe? As coisas podem mudar), mas já me mostrou coisas que eu pensava não serem possíveis, possibilidades, ideias que há pouco tempo pareciam parvas são possíveis.

Mas por agora ainda são sonhos, ideias, com as primeiras a serem postas em prática e as outras a esperarem tempo e oportunidade. É frustrante esperar, mas não há muita escolha, quem sabe, se daqui a um ano a minha vida estiver realmente mudada prometo que deixo de ser misterioso e vos conto a história de como cheguei lá. Se não estiver, bem, não vai valer a pena contar.

Entretanto, há muito tempo que não espreitava o panda, este panda para ser mais exacto:


Vendo o que ele faz, já foi do Mediterrâneo para o norte da Europa, andou pela Holanda e a Alemanha, e fez uma coisa curiosa...

Durante uns tempos andou ou desaparecido, ou a aparecer dentro de França, eu suspeito que andou por rios e canais. E agora passa ao largo do Algarve, a navegar pelo Atlântico entre o norte de Espanha e o norte de África, próxima paragem, Casablanca.

E antes disso esteve a fazer mais viagens para Casablanca, mas a partir do sul de França, a atravessar o Mediterrâneo.

Provavelmente vai procurando cargas pela Europa, quando consegue algo para algumas viagens, passa um tempo a andar regularmente entre dois portos, e depois quando acaba vai para outro sitio onde haja trabalho.

Parece ter duas zonas favoritas para andar, ou entre Espanha\França e o norte de África, ou entre a Holanda e a Alemanha.

Hoje são canetas made in China que precisam de atravessar de Espanha para Marrocos, daqui a uma semana, máquinas de lavar para Marselha, daqui a um mês patos de borracha da Holanda para a Alemanha.

E sempre a mesma questão...

Quem terá tido a ideia de chamar "Panda" a um navio destes?

http://www.marinetraffic.com/en/ais/details/ships/9201968/vessel:PANDA

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Bravo! Ou, o doce sabor dos sonhos!

Porque esta noite vou dormir com bons pensamentos a girar dentro da cabeça, porque sinto algo delicioso a chegar...
 

Porque é daquelas coisas tão boas que nem conseguimos acreditar, porque isto sabe a vitória, porque nos sentimos brilhar com a força de mil sóis!

O dinossauro dança!



Ok, pronto, aqui esta aranha gira dança, mas eu vou dar um passito ou dois quando desligar o computador.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Finalmente a dobrar o raio do papel

Primeiro foi a ideia, quando vi a coisa feita e achei engraçado...

Depois foi o papel e um folheto com instruções em Japonês, que depois de uma tentativa foi para a gaveta à espera de dias com mais paciência e perícia...

Depois foram umas instruções mais simples, e agora, depois de uns meses à espera daquela noite ou daquela manhã em que ia pegar naquilo consegui construir...


Um cisne de origami! Bem, pelo menos as instruções dizem que é um cisne, será um cisne com um bico um bocadinho bizarro porque não apanhei bem aquela primeira dobra que deve ser exactamente ao meio, mas está feito, de uma maneira ou de outra a técnica começou a ser dominada.

E é um sinal de que insistindo e decidindo dar aquele passo em frente, qualquer coisa vai lá,  mesmo que esteja a ser feita por um leigo qualquer que não sabia um boi do assunto. Pode não ser útil e estar uns dois anos-luz de algo feito por um entendido na matéria, mas é algo que fizemos.

E agora fiquei com estranha impressão de que este ultimo parágrafo assenta também à "saída limpa" de que o nosso Cavaco está tão orgulhoso, aquela gente fará a economia tão bem, ou tão mal, quanto eu ( novato completo) dobro papel?

segunda-feira, 21 de abril de 2014

A melhor pá do mundo também é Chinesa

Tenho de escrever sobre isto, mas não sei bem porquê...

Bem, é uma coisa Chinesa outra vez, é uma pá para ser mais exacto, que aparentemente faz de serra, alicate, arranca pregos, chave de fendas, tesoura, martelo, machado, remo, gancho, abre latas, abre garrafas, e pelo caminho serve para cavar buracos também.

Sinceramente não sei se faz mesmo metade destas coisas, mas ver a maneira como promovem isto, ouvir a música de western a tocar enquanto o chinês abre uma garrafa ou rema no seu bote de borracha com a pá, isto só já chega para nos animar.

Porque não nos conseguimos livrar do pensamento de que isto pode ser a melhor, a mais fantástica, a mais superlativa pá do mundo, e se calhar até devíamos ter uma em casa para o caso de um dia precisarmos de abrir uma lata de atum para o almoço.

Bom, pelo menos parece estar anos luz à frente da tralha do televendas, adeus aditivo que faz motores congelados andar e cinta emagrecedora da treta, já temos aqui algo que faz tudo o que queremos e o que ainda não sabemos que queremos!


http://wjq-308.com/en/pro.html

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Pipocas pelo método tradicional do canhão Chinês!

Em principio toda a gente procura formas eficientes de fazer as coisas, queremos viajar rápido, trabalhar rápido e comer rápido. Se nos apetece algo é uma questão de o encontrar no supermercado e enfiar no microondas, feito, pronto e comido.

Mas às vezes, há algo melhor do que ser eficiente, ser bom, divertido, fantástico. Fazer algo que vai por caminhos menos evidentes para chegar ao resultado mas nos faz pensar "Bravo!".

Como isto por exemplo, pipocas de microondas? Hah! Vejam antes o método Chinês das pipocas de canhão!
 
 



E digam lá se não apetece fazer algumas assim?

sexta-feira, 28 de março de 2014

Pequeno animal de ataque não convencional

Ter uma mascote pequena ,como uma tartaruga, tem bastantes vantagens, com menos preocupações na manutenção e mais facilidade para tratar, e porta-se tão bem quanto as grandes em praticamente tudo.

Bom, há algumas coisas em que pode parecer que fica atrás, mas não é bem assim, por exemplo...

Uma pergunta que as pessoas fazem é "Mas então, quem guarda a casa?", e de facto, sim, comparada com um cão grande e de dentadura afiada não parece muito assustadora, o cão pode ser ensinado e atiçado para aterrorizar e intimidar, a tartaruga...

Bem, por acaso, a tartaruga pode assustar tanto quanto o cão de ataque, é uma questão de fazer algo diferente, mas atenção, isto é algo que precisa de um estômago forte e uma certa crueldade especial para fazer.

Assim, como nesta imagem tirada da net.


Este animal sobrevive desde o tempo dos dinossauros, os antepassados dele aguentaram invernos e verões, predadores e idades do gelo, viram civilizações crescer e cair.

Este animal andava de cabeça erguida, tinha dignidade, orgulho, amor próprio, tinha, dizem bem, até o dono esmagar isso da forma mais completa e cruel possível. Sem piedade, sem remorsos, sem lhe deixar um único vestígio de dignidade para se agarrar.

Querem mesmo meter-se com ele?


sábado, 15 de março de 2014

A pequena mascote couraçada

Bem, novidades, há um habitante novo aqui em casa, como falar para as paredes não é muito interessante (por algum motivo todas as paredes que encontrei até hoje são lacónicas e sem sentido de humor, talvez por passarem os dias paradas no mesmo sitio) o dinossauro tem uma mascote, um dinossauro em miniatura ou pelo menos com parentes dessa época.

Bem, para ser honesto ela também é do tipo silencioso, mas faz mais coisas do que as paredes...


Ok, até agora a contribuição principal dela parecer a meteorologia, quando põe a cabeça de fora e vai à verdura é sinal que o dia é de sol e vai continuar, tem um talento para detectar os dias bons mesmo dentro de casa que não falha.

Para além disso tem um pouco de timidez para superar, mas é bem possível que seja só à superfície, quem sabe se ela está a ver, a avaliar, a tirar as medidas à casa e a planear? Agora enfia a cabeça dentro da carapaça quando se aproximam muito, mas por detrás daqueles olhos está um cérebro a observar e a trabalhar...

É possível, afinal ao contrário do que pensamos normalmente, esta não é uma criatura lenta, quando quer é bem capaz de velocidade, quando está a andar devagar é porque chega para o que quer fazer.


Esperta, sem dúvida, o que estará a sonhar agora?

segunda-feira, 3 de março de 2014

A maravilhosa tv lenta da Noruega

Televisão, normalmente vejo muito pouca, sou uma ave rara nesse aspecto, ou então estou à frente das tendências, os mais jovens parecem estar a transferir o tempo que se passava a ver televisão para tempo com a net.

E isso até é uma boa coisa, podem dizer que o Facebook e amigos são idiotas, mas garanto-vos que não são tanto quanto as casas dos segredos, da mesma maneira, se os blogs nem sempre dão noticias correctas, sempre vão anos luz à frente das bacoradas que já ouvi os jornalistas dizer.

Mas chega de falar de maus programas, vamos antes ver algo de bom, que infelizmente não passa por cá, apresento-vos a "Slow TV", a televisão lenta, algo bonito e relaxante. Aqui, por exemplo, temos uma viagem de comboio na Noruega:



E sim, é o caminho todo, com belas paisagens, todos os barulhos do comboio e o anunciar das estações. Isto é um programa que tem sempre algo para dar, podemos saltar para qualquer parte dele e descobrir uma coisa nova, uma floresta, um lago, o nome de uma estação...

http://nrkbeta.no/2009/12/18/bergensbanen-eng/

Ora bolas, quando é que temos algo assim por cá?

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O peixe do século XXI é livre e sobre rodas

Peixes, peixinhos dourados e outros parecidos, eles até parecem bonitos como animal de estimação, têm o seu aquário e vivem ali pacíficos a nadar, sem interferir com o resto das coisas, não sujam o tapete e não brincam com a mobília.

Mas essa é que a questão, justamente, o pobre diabo só tem aquele espaço do aquário e mais nada, ficamos com a impressão que se deve aborrecer de vez em quando, é claro que se pode arranjar-lhe um aquário maior, mas isso come espaço às outras coisas permanentemente e ele logo vai acabar por lhe dar a volta e conhecer todos os campos também.

Infelizmente é assim, ele não tem maneira de sair por uns minutos e andar um pouco pela casa ou ver como está o sol lá fora...

Ou tem?




Graças a isto, o peixe do século XXI pode explorar a sala de jantar, perseguir o gato para variar, e ver como está o dia no quintal.

Abaixo as barreiras entre a água e o ar! A revolução começou e o céu é o limite...

http://www.engadget.com/2014/02/10/fish-on-wheels/

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Pensamentos sobre o ataque dos corações consumistas

O São Valentim está a chegar, e tenho duas ideias às voltas na cabeça a pedir para saírem para o blog...

A primeira, é que podemos regular a passagem do tempo pelo comércio, eles têm a maquinaria tão bem oleada que a vinda das promoções é tão fiável (ou mais) quanto as fases da lua ou a migração dos pássaros. Natal, São Valentim, Carnaval, Páscoa, nada escapa. Quando a data se aproxima todas as montras põem algo, e quando a data passa todas a deixam para trás.

Quem tiver uma horta em casa ou um canteiro na varanda pode passar a plantar as nabiças quando aparecem os primeiros saldos ou a regar os espargos quando fazem desconto sobre as máscaras de Carnaval.

Quem sabe? Talvez daqui a uma geração ou duas tenham provérbios para isso, "Primeiras decorações de Natal, tira o casaco do armário"...

A segunda, bem, pelos vistos toda a gente está a puxar pela cabeça para oferecer algo, tirando os solitários como eu, as coisas não estão fáceis, sou romântico da mesma maneira que um urso amestrado toca xilofone, desastradamente, e tentar aproximar-me tende a produzir resultados variáveis como uma montanha russa (se algum dia leres isto, desculpa, realmente devia ter voltado a sugerir o concerto).

Mas vamos em frente, esta ideia é especialmente ridícula e quando mais depressa sair do cérebro e seguir caminho, melhor.

Como todas as lojas e bancas de Paquistaneses estão a empurrar corações, porque não fazer algo  diferente? Proponho o pacote de Ronaldificação, este conjunto de cupão para cirurgia plástica ao rosto, t-shirt CR7 e CD de treino da fala vai transformar o comum marmanjo numa boa imitação do pináculo da espécie humana! Cansado de fazer a mais que todo olhar para a mesma cara medíocre todos os dias? Faça-lhe uma surpresa e mostre-lhe um sorriso digno de capa da Caras.

E para além disso, fica já pronto para o Carnaval, dois em um, uma pechincha, meu amigo...

(e não, não me perguntem porque é que ele, de todas as pessoas, é tão idolatrado, só sei que recebe dinheiro suficiente para limpar a boca com notas e tem direito a noticia nos jornais de cada vez que tosse, com esse género de loucura colectiva não se discute)




sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Pássaros imigrantes e o seu relacionamento com a comunidade passaral

Largadas de pombas, toda a gente conhece a ideia, alguém organiza um evento e acha que é bonito ter o simbolismo de umas pombas a voar para evocar a paz e harmonia e outras coisas do género. Mas como os pássaros costumam ter ideias e agenda próprias ninguém pode garantir que elas apareçam naturalmente, logo levam-se algumas em gaiola para que ter a certeza de que não faltam, passarada instantânea, chamemos-lhe assim.

Ora muito bem, foi o que fizeram há uns tempos em Roma, discurso, pegar nas pombas, prontos, largar, lá vão elas!.



Mas, esperem, o que é isto?


Parece que os pássaros locais decidiram entrar na festa, e não parecem muito simpáticos com elas...


E agora fico a pensar, o que passou pela cabeça destes pássaros?

Será um lamentável caso de xenofobia? Receio de que estes imigrantes venham roubar empregos aos corvos locais? Guardas fronteiriços um bocado brutos com duas pombas que não querem colaborar, passar pelo detector de metais e abrir as asas?

Ou terão intenções melhores? Será um caso de diversão que acabou por ser um pouco forte demais? Estarão agora uma gaivota e um corvo a pensar quando é que o tipo porreiro de branco lhes manda mais pombas para se divertirem?

http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-25905108

Ei, pssst, o gajo trouxe mais duas hoje, quando chegarem a meio da praça começamos com a galhofa, prontos?

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Quero um destes! E já agora, outro para o caminho para casa...

Japão, terra das invenções mais ou menos peculiares, dali tanto pode vir a pistola que dispara ursos de peluche como a pesca do polvo com boneca insuflável...

Bem, desta vez é uma invenção boa, tão boa que se estivesse lá pedia já um, até era um crime deixar esta obra de arte passar sem ser apreciada.

Pois isto é uma maravilha do engenho Japonês, algo que passa as barreiras. As pessoas falam muitas vezes em coragem ou em ir além dos limites, pois então isto não passa só os limites, vai tão longe que já nem se lembra se os passou ou não.

Isto é o resultado de alguém que pôs a sanidade à porta de malas aviadas antes de começar a trabalhar com um sorriso maníaco nos lábios.

E eu quero um...


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O sono do invertebrados de peluche

Bom, rápido e directo ao assunto, vendo uma coisa que encontrei agora na web, eu posso dizer com confiança que durmo como uma lula.

Uma lula vermelha, para ser mais preciso.

É verdade, como se pode ver aqui temos os dois o hábito de levar leitura para a cama e seguramos o livro da mesma forma, e não é que todos façam isso, a lula branca, por exemplo, tem uma postura bastante diferente com o livro.


http://boingboing.net/2014/01/10/invertebrate-sleep-habits.html

E pronto, não me vou perguntar como é que se lembraram de fazer peluches sobre invertebrados na cama porque desde que vi uma capivara de gravata a comer gelados e a andar de escorrega já nada me espanta...