domingo, 27 de março de 2011

Tempos difícieis

Aqui estou eu, sozinho outra vez. Quando temos um lado desastrado precisamos de alguém que se pode rir quando as coisas fogem do que foi planeado, que acha graça aos hábitos um pouco fora do normal, que é capaz de nos chamar "tonto" num tom carinhoso, que gosta de estar connosco apesar dos nossos defeitos.

Pensava que tinha encontrado alguém assim, mas afinal não era verdade, tinha encontrado o outro tipo de pessoa, mais comum, que se irrita quando as coisas não pelo caminho que imaginava, que nos chama "parvo" num tom agressivo.

Não sei se ela mudou a maneira de ser desde os primeiros tempos ou se estava a disfarçar ao principio, mas o resultado final foi o mesmo, uma bela discussão e adeus.

Sou bastante mau a lidar com relações e pessoas, mas até eu sei que ficar junto de alguém que diz preto no branco que nos quer ver ir embora só vai trazer mais discussões e dores de cabeça, por isso não houve dúvidas, estava na altura de partir.

Por isso, sozinho novamente, será que alguma vez vou conseguir construir algo que dure?

sábado, 19 de março de 2011

A artilharia anti-pato

Admito que às vezes não entendo bem as pessoas, mas há um facto básico que já percebi e nunca falha, as pessoas fazem as coisas mais incríveis, nada é demasiado louco, demasiado parvo, demasiado estúpido, se algo é fisicamente possível, há um louco que já fez ou está a fazer.

Por exemplo, vamos imaginar um caçador, ele tem um lago favorito cheio de patos e apanha sempre uma série deles. Tudo parece bem, até que num belo dia ele começa a pensar se não haverá maneira mais eficiente do que dar um tiro em cada um...

Bem, quanto mais um chumbo ele conseguir pôr no ar mais patos vai apanhar com cada tiro, certamente. Por isso toca a procurar uma arma maior...

Algo que apanhe 5 de cada vez...

Ou 10...

Ou 20...

Ou algo mesmo a sério, que tal 50 com um tiro para despachar logo tudo?


E pronto, aqui está a maravilhosa "Punt gun"! Andar com este monstro ao ombro está fora de questão é claro, por isso o melhor é montar isto na proa do barco e depois é só remar para apontar:




Hoje é uma curiosidade bizarra, mas no século XIX era a ferramenta usada pelos caçadores que vendiam as penas para a industria de chapéus de senhora. Para tornar tudo ainda mais eficiente organizavam-se em pequenas frotas e depois aproximavam-se cuidadosamente do bando de patos alvo para apanhar uma boa carga logo ali.

Imaginem a cena, algures num lago Americano ou Inglês, 10 barcos carregados de artilharia aproximam-se de um bando de patos sorrateiramente, com todo o cuidado, como se os bichos fossem entrar nesta corrida ao armamento e retaliar com torpedos ou coisa parecida. Os atiradores colocam-se em posição, respiram fundo e apontam cuidadosamente, esta é uma missão vital, a industria de chapéus com penas depende do resultado deste dia...

Incrível e ao mesmo tempo completamente plausível, é aquele género de coisa demasiado bizarro para ser inventado.

domingo, 13 de março de 2011

O maravilhoso texto explicativo para analfabetos

Ok, alguém lá nas alturas do poder achou boa ideia extrair umas estatísticas do povo, onde vivem, onde trabalham, como vão para onde trabalham, onde estavam num certo dia, se já tinham nascido num certo ano, que se são ateus, cristãos ou sacrificam virgens a uma criatura tentacular que dorme numa cidade afundada nas profundezas do oceano Pacífico.

E até há multa para quem não responder, nem pensar em escapar ao grande esforço estatístico toca a preencher as caixinhas para ficarmos todos muito bem etiquetados e categorizadinhos, prontos para nos espremerem até à última gota em nome da austeridade.

Ainda não recebi o meu questionário mas já dei uma espreitadela rápida a um deles, e lá encontrei um golpe de génio. No meio daquelas perguntas todas está a perguntar à pessoa se é analfabeto, e melhor ainda, vem um pequeno texto explicativo a ajudar, "Se memorizou algumas frases e letras mas não sabe ler e escrever assinale analfabeto".

Sim, eu sei que as pessoas por detrás disto esperam que os analfabetos partilhem o "divertimento" dos impressos e perguntas abelhudas com um amigo mais instruído, mas não deixa de ser engraçado ver um texto explicativo para analfabetos.

domingo, 6 de março de 2011

Fiz porcaria outra vez...

São mais do que horas de largar isto e ir dormir mas apetece-me desabafar, tenho um grande problema, sou terrível a lidar com pessoas, relações, sentimentos e coisas do género.

E infelizmente é algo que não se pode resolver facilmente, não é um problema especifico, é um talento generalizado para tomar o caminho errado nestes assuntos. Sou uma bela porcaria, posso eventualmente mudar, mas isso passa por romper com quem sou, precisava de confiança e coragem para isso, mas como o primeiro passo é reconhecer o problema e o problema sou eu, isso vai ser muito difícil de conseguir.

E procurar ajuda não é uma opção, a família é parte do problema, amigos e potenciais relações vão querer resultados e não problemas.

É uma bela porcaria, penso que mesmo que mude vou continuar a ser "eu" no fundo, o tipo que faz uma pequena coisa bem, ou algo maior e mal e espera que os outros fiquem contentes porque "o que conta a intenção", que quando abre a boca em questões de sentimentos diz logo o que não deve, e que por isso acaba por ficar calado quando os outros esperam que diga qualquer coisa.

Mesmo assim, pensava que tinha um caminho para fora disto, passos pequenos e devagar, não falar demasiado, não arranjar conflitos e problemas, é certo que não ia conseguir uma boa parte dos meus sonhos mas era melhor do que nada.

Agora já não sei, raios me partam a mim, sei que em teoria posso ser algo positivo, só tenho de não ser "eu", ou seu eu mesmo o sou algo de bom, mas que raio de escolha.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Afinal para que é que serve esta coisa da "Europa"?

Estamos em crise, não há dinheiro, o nosso primeiro ministro parte para discutir uma solução com os nossos amigos Europeus.

Parece tudo bem, afinal estamos na (supostamente) maravilhosa União Europeia, as fronteiras estão abertas, é possível comprar e vender com a mesma moeda de Lisboa a Berlim, quando há um choque na economia é sentido em todo lado, alguns escapam melhor do que os outros mas ninguém o evita completamente, por isso, se estamos todos no mesmo barco europeu é natural que todos colaborem para resolver este problema.

Acho um pouco estranho que se fale em divida Portuguesa, Grega, Irlandesa e outras, se não há barreiras e todos usam a mesma moeda não devia existir uma grande economia europeia? Algumas regiões podem estar mais fracas do que outras, mas então não é natural que as suas finanças sejam ajudadas pelas mais fortes? Especialmente se as "fortes" prosperaram com a moeda única, quiseram uma Europa unida, agora pagam o preço necessário para a ter.

Mas mais do que isto o que me faz confusão é o Sócrates ter ido ter com a Angela Merkel, é certo que ela está à frente de um país rico e influente, e se for preciso dinheiro uma boa parte sai dos bolsos deles, mas se bem me lembro a Europa tem um parlamento e um presidente em Bruxelas que pelos vistos afinal não são tão importantes quanto a pessoa à frente da Alemanha no momento.

E por isso, quando vejo as noticias falar em Merkel e Sarkozy, fico a pensar, porque raio estamos a sustentar aquela burocracia toda em Bruxelas se as decisões passam por quem governa o país mais rico?