sexta-feira, 11 de julho de 2014

A lógica da fama da bola é engraçada e irónica

Passear pela Fnac na hora do almoço leva a descobertas, desta vez foi a nova biografia do jet-set, a da mãe do Cristiano Ronaldo, ali nas prateleiras a olhar para nós mal entramos na secção dos livros.

Bom, isso não é surpresa, já tinha ouvido falar de que iam fazer algo como isto, folheando, continua a não ser surpresa, é claro que a senhora é pintada como fantástica, destemida, lutadora e tudo o mais, passou por muitas adversidades, etc, etc...

A surpresa vem quando percebemos a verdadeira "moral da história" do livro e porque vem, não do que está escrito nele mas do próprio facto de ele existir. Pensando um pouco chegamos a duas conclusões lógicas, primeiro, se ela não fosse familiar do Ronaldo podia ter passado por aquelas dificuldades ou piores ainda que nunca ia ter este momento de fama, segundo, sendo parente do Ronaldo não importa o que está ali escrito, podia ser um livro sobre como ela passou os últimos anos a tocar trombone de cabeça para baixo e tinha a mesma publicidade e exposição.

E essa é a "moral da história" que o livro nos ensina, as pessoas podem ser corajosas ou medrosas, boas ou más, persistentes ou desistentes, passar pelas piores dificuldades e tudo o mais, mas no fim, o que realmente lhes trás dinheiro e fama é ser jogador de futebol ou da família de um jogador de futebol. Lutar todos os dias? Certo, mas para ter a cara nas prateleiras da Fnac é preciso que essa luta tenha produzido uma estrela, um Ronaldo para a família.

No fim, o que decide as coisas é a bola.

Bem, eles que sejam famosos então.

2 comentários:

  1. Tens razão, há por aí - e por aqui - tanta mulher guerreira, que criaram os filhos com muitas dificuldades, mas sempre destemidas, e delas não reza a história...
    beijinhos

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    1. Exactamente, os meus pais viveram nos anos de que ela fala e logo que ouviram falar do livro decidiram não pegar nele, eles viram aquelas coisas acontecer a muitas pessoas e para eles ela não é extraordinária nem mais do que as outras.

      Muitas pessoas passaram aquelas dificuldades, acho que a melhor maneira de as honrar é não repetir aqueles tempos.

      Beijinhos

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