sábado, 12 de fevereiro de 2011

A maior partida de todos os tempos

Há poucos dias tivemos um aniversário que infelizmente passou despercebido, o de uma das maiores partidas de todos os tempos.

Em 1910, no Reino Unido, a Royal Navy orgulhava-se de possuir um couraçado fantástico o HMS Dreadnought, mais veloz do que os anteriores graças ao uso de turbinas no lugar de motores a vapor convencionais, mais poderoso e preciso graças ao facto da sua artilharia principal ter apenas um calibre em vez de dois ou três como nos navios anteriores (na época era necessário observar o impacto dos projécteis na água para perceber onde tinham aterrado em relação ao alvo e ir corrigindo a pontaria até acertar, ter calibres não muito diferentes uns dos outros a disparar significava ter canhões que precisavam de correcções diferentes mas que provocavam resultados muito parecidos, uma receita para uma bela dor de cabeça).

E no dia 7 de Fevereiro a sua tripulação recebeu uma mensagem inesperada, o príncipe da Etiópia pretendia visitar o navio. O aviso vinha em cima da hora mas tudo se resolveu, quando o príncipe chegou tinha a tripulação em sentido para o saudar, a banda a tocar e uma visita guiada pelo capitão.

À primeira vista tudo pareceu correr lindamente, o príncipe e os amigos gostavam da visita e da atenção, é certo que ninguém percebia nada da língua que falavam excepto o intérprete Inglês que tinha vindo com eles, mas pareciam gostar, de vez em quando diziam "Bunga bunga!" como se fosse "bom" ou "porreiro", depois de irem embora o capitão ficou satisfeito com um problema resolvido da melhor maneira...

Até chegar outra notícia, o príncipe e os amigos não eram Etíopes nem nada que se parecesse, um grupo de amigos tinha usado roupas "exóticas" improvisadas, maquilhagem, barbas falsas, uma mistura de palavras sem sentido e muito descaramento para para pregar uma partida à marinha e ganhar uma visita guiada com todas as honras!

Os autores contactaram a imprensa e fizeram correr muita tinta por uns tempos, como não tinham feito nada de ilegal a marinha teve de conformar-se e aguentar as piadas e o riso.

Algum tempo depois o verdadeiro imperador da Etiópia visitava o Reino Unido, entre outras coisas foi saudado com "Bunga bunga!" de alguns brincalhões que não tinham esquecido da grande partida.

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