quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O fim do mundo fugitivo

Como trabalho mesmo ao lado do Colombo, costumo passar pela Fnac à hora do almoço, ver se algo de novo nos livros, mexer as pernas um pouco,  pensar em outra coisa que não trabalho por um bocadinho.

E agora tenho reparado em algo lá, ou melhor, algo que não está lá.

Explicando melhor, durante estes últimos anos tem havido uma série de livros e programas de TV e palavreado sobre uma profecia Maia que apontava para o fim do mundo em Dezembro de 2012.

Bem, 2012 está aqui, Dezembro também, e estranhamente não se vê grandes pilhas de livros do fim do mundo à venda, pensando bem, até há menos publicidade e material do que há um ano atrás, por exemplo. Parece que há medida que a data se aproxima o ruído e o interesse vai morrendo em vez de aumentar.

O que até é natural, os dias vão passando, uns mais normais do que os outros e não há fim do mundo há vista, quando chegarmos a 2013 já ninguém liga a esta treta. Mais engraçado do que isso, os crentes portam-se como se nunca tivesse acontecido e quando alguém vier com outra profecia daqui a uns anos volta a haver a remessa de livros e TV, como se isto nunca tivesse acontecido antes, e não tivesse havido já uma série de fins do mundo falhados.

Eventualmente, daqui a uns tempos, podem também voltar a pegar nesta treta, dizer que não era um fim literal, ou que não era bem Dezembro e colar-lhe um acontecimento qualquer de que nunca se tinha falado em ligação com os Maias ou os calendários.

É assim que as profecias acabam, cheias de vergonha e a fugir pela porta das traseiras para passar uns tempos fora das atenções na esperança de sacarem mais uns cobres.

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