sábado, 27 de fevereiro de 2010

Adeus silencioso

Lidar com pessoas é tudo menos fácil, especialmente quando chega a altura do adeus, fizemos asneira, cometemos uma gaffe ou simplesmente não somos divertidos ou interessantes o suficiente, o resultado é o mesmo, adeus e não voltes, mais um rosto que não vamos voltar a ver.

Ás vezes as pessoas simplesmente afastam-se, acabam simplesmente por seguir caminhos diferentes, talvez para se voltarem a encontrar anos mais tarde até, isso não é problema, é algo gradual, que vai acontecendo e dá tempo para nos ajustarmos.

Mas infelizmente nem sempre é assim, também há as ocasiões em que nos mandam embora, nos atiram borda fora, essas tornam tudo mais difícil e complicado.

Primeiro porque parecem chegar sempre de repente, a pessoa que nos manda às urtigas na Segunda-Feira é a mesma que no Domingo conversava connosco como se tudo estivesse bem. Depois de isso acontecer olhamos para o que fizemos e descobrimos as gaffes, os sítios onde fizemos asneira, coisas que na altura não pareciam ter importância mas que olhando para trás parecem estúpidas, terá sido uma delas que deitou tudo a perder? Não sabemos, as pessoas normalmente não são francas sobre isso.

Segundo porque raramente há a cortesia de nos dizerem adeus, normalmente o que acontece é o "adeus silencioso". Pensamos na pessoa, fazemos qualquer coisa, mandamos um SMS (por exemplo) e nada, estará ocupada, o tempo vai passando, outro SMS, o silêncio continua, um terceiro, o tempo passa e temos de encarar a realidade, enquanto pensávamos estar tudo bem perdemos alguém e agora é tarde demais.

E ficamos assim, sem saber se lhe terá acontecido algo, ou (mais provável) o que fizemos para a afastar de nós, o que a levou a nos abandonar, ficamos só com o silêncio de uma pessoa que depois dos sorrisos e das palavras gentis desaparece como o diabo foge da cruz.

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