terça-feira, 24 de maio de 2011

O império depuralinador

Às vezes apanho alguns minutos de rádio de manhã, e sempre que passa publicidade eles estão lá, nunca falham, são os anúncios a uma coisa supostamente dietética chamada "Depuralina".

E tenho de lhes tirar o chapéu, são irritantes e bastante parvos, é verdade, mas são uma bela peça de propaganda ao estilo "Ditadura feroz".

Não há espaço para talvez nem nuances, o cidadão tem de tomar a sua dose do "produto", não deve tomar se quer emagrecer ou se sente mal ou tomar só um pouco, as ordens são para tomar sem "ses" todos os dias.

E o próprio produto é apresentado como um bem absoluto, destrói os "resíduos" que supostamente ameaçam a "pureza" do corpo, não há contra-indicações nem nada do género, o produto é bom, ponto final. Todos têm de se submeter ao produto, nem sequer há espaço para a mínima possibilidade ou razão para a pessoa não achar boa ideia tomar.

Enfim, é como a propaganda com que alimentam o povo na Coreia do Norte, a eles pedem que acreditem no "querido líder" que é o melhor ser humano a pisar a face desta humilde e indigna terra com os seus soberbos pés, a nós pedem que acreditemos no "querido produto" que nos protege do mal.

Bom, já chega de escrever sobre isto, se os donos daquela coisa estão a ganhar dinheiro para bombardear o país com publicidade da aquela maneira, então qualquer dia ainda têm o suficiente para comprar um exército e tomar conta disto. Montam um KGBzinho, começam com a caça aos dissidentes, varrem a net e estou tramado, escrever tantas dúvidas sobre o "querido produto" deve dar direito a uns 25 anos num campo de trabalhos forçados pelo menos!

Engraçado, escrevi o parágrafo anterior a brincar, mas voltando a olhar para ele, tenho a sensação estranha de ter adivinhado a fantasia secreta dos donos daquilo...

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